80% de dados e sistemas ainda não foram para nuvem | MAIS DADOS DIGITAL

80% de dados e sistemas ainda não foram para nuvem

Porcentual está relacionado às principais aplicações da maioria das empresas e também às informações críticas de clientes

A jornada para computação em nuvem está longe de acabar. Pouco mais de uma década de educação no tema ainda não foi suficiente para fazer com que a maioria das empresas levasse toda a infraestrutura de TI para esse ambiente. Mas o momento para que isso aconteça parece ter chegado, até porque, com o mundo convergindo para ambientes híbridos, facilitando o trabalho com provedores diversos no que se convencionou chamar multicloud, e uma necessidade de processamento, gestão, governança e segurança latente para dar conta de projetos transformacionais envolvendo inteligência artificial, não deixa muita escolha, a menos que o principal executivo de TI, no caso, o CIO, decida não participar dessa quase que nova corrida pelo ouro: o domínio e a refundação de modelos de negócio via AI.

Ao longo de quatro dias em San Francisco assistindo a diversos especialistas da IBM, escutando cases de diferentes setores sobre essa jornada e trocando informações com jornalistas de outros países, o que mais se escutou foi que, até o momento, a maior parte das corporações levou para ambientes de cloud computing apenas 20% de toda infraestrutura, ou seja, 80% de sistemas legados, informações críticas e aplicações que rodam o dia a dia de negócios ainda estão apartados ou com conexões pouco inteligentes para os desafios que se avizinham.

O desafio, como lembrou a presidente da IBM para América Latina, Ana Paula Assis, vai além de questionar a migração e como transportar os legados para nuvem. Com a situação atual, o manuseio das informações e a geração de valor a partir delas ficam comprometidos pela falta de integração e por estarem em plataformas muitas vezes pouco adequadas para conversar com aplicações modernas como plataformas de inteligência artificial ou de analítica avançada.

A primeira fase foi de migração de cargas simples para nuvem. Depois vieram mais alguns sistemas e aplicações já desenvolvidos para esse ambiente. Vejo que 20% já foi, mas tem 80% de dados no legado que migrar não é fácil. Terminada a fase 1, os clientes aprenderam duas coisas: como administro dados, que é ativo principal de uma empresa, e como evito o lock-in (ficar preso a um provedor)”, avaliou a executiva.

Se na primeira fase muita gente se precipitou em avaliar interoperabilidade e possibilidades de transacionar entre diferentes provedores e suas infraestruturas proprietárias, agora que isso foi resolvido pelo menos do ponto de vista de disponibilidade de soluções no mercado, a jornada que se inicia é de levar para a nuvem aplicações críticas, sistemas que representam anos de trabalho e são cruciais para o negócio, mas que pedem um ambiente mais escalável, com mais inovação e que possibilita utilizar todo o arsenal de informação de maneira mais inteligente.

Ao que tudo indica, essa segunda etapa da jornada da computação em nuvem – que já aconteceu para grupos que tradicionalmente apostam em inovação por meio da tecnologia, como bancos, seguradoras e algumas companhias da área de saúde – terá força em 2019. De acordo com projeções da IDC, os serviços de nuvem pública na América Latina devem crescer 34% neste ano, enquanto o avanço da indústria de TI será, em média, de 6%.

“Esse crescimento de 34% equivale a um crescimento de armazenamento público de 49%, ou 4,5 milhões de petabytes”, calculou Alejandro Floreán, vice-presidente de pesquisa da IDC para AL. “Vemos um cenário muito disruptivo quanto a adoção tecnológica. Muitas tecnologias que estão chegando na região não seriam possíveis sem nuvem, então, o primeiro impacto, quando se pensa em transformação, vem da adoção de computação em nuvem”, completou.

Embora as perspectivas sejam positivas, trata-se de um cenário de grande complexidade, imagine uma empresa com legado de décadas adaptando tudo para um mundo novo e repensando, inclusive, governança, uma vez que tudo estará em ambiente distribuído.

Mas Ginni Rometty, CEO da IBM, afirma que apenas se os CIOs encararem essa missão, as corporações vão experimentar o poder transformador da informação. “Existem várias nuvens no mercado, incluindo a nossa, e nossos clientes estão utilizando esse conjunto de provedores. Nós acreditamos nesse mundo híbrido, com parte pública, parte privada, mas tudo conversando e, obviamente, com segurança, gerenciamento e rodando em tecnologias abertas”, pontuou.


Fonte: Computer World

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